Já pensou sentir dor no corpo todo sem um motivo aparente? Se sentir cansado o tempo todo, e nem mesmo o sono conseguir aplacar esse incômodo? Essas sensações constantes são vividas por quem sofre de fibromialgia.
Apesar de não ser uma doença que esteja constantemente na mídia, ela acomete muita gente. Estima-se que cerca de 5 milhões de brasileiros sofrem dessa síndrome. As mulheres são mais afetadas. De cada oito casos, em média, sete atingem alguém do sexo feminino.
Quem sofre de fibromialgia apresenta uma sensibilidade maior à dor. Simplificando, é como se o cérebro estivesse desregulado e, assim, ele ativa o sistema nervoso constantemente para fazer a pessoa sentir mais dor.
Os estímulos dolorosos são amplificados por todo o corpo.
Aliado ao sofrimento físico há o sofrimento psicológico. Tanto que o uso de antidepressivos faz parte do tratamento.
O uso de fármacos é somente uma ponta do tratamento. A melhor maneira para combater a fibromialgia é ter uma abordagem multidisciplinar.
Além do uso de medicamentos, quem é acometido pela síndrome deve ter acompanhamento psicológico e fazer atividades físicas.
Há anos observa-se que o sedentarismo acentua a manifestação de dor dos pacientes.
Um escudo contra a doença
Dentro desse quadro, o exercício físico aparece como um elemento de defesa para os mais variados tipos de demência, entre elas o Alzheimer.
Diversos estudos espalhados pelo mundo estão sendo desenvolvidos para tentar encontrar a cura para o Alzheimer e maneiras de combatê-los. Muitos deles concluem que a atividade física é uma ferramenta importante nessa briga.
Uma pesquisa desenvolvida por cientistas brasileiros, em colaboração com pesquisadores americanos, mostra que a atividade física tem um impacto relevante na melhora das funções cognitivas e de transtornos neurodegenerativos, como o Mal de Alzheimer.
Quando fazemos exercícios, a irisina é um dos hormônios liberados pelo organismo. Estudos mostram que existe uma relação íntima e positiva entre a irisina e a memória.
A concentração de irisina no cérebro de pacientes com Alzheimer é baixa. O exercício físico colabora para a reposição dos níveis desse hormônio na atividade cerebral.
Conclui-se que, desta maneira, que quem pratica atividades físicas está mais protegido em relação ao Alzheimer do que os sedentários. Não significa que quem pratica exercícios não sofrerá deste mal, mas que aumentam as chances de não tê-lo.
Redução dos sintomas
Entre os principais sintomas combatidos pela atividade física estão a ajuda no controle da dor, a sensação de fadiga e a baixa qualidade do sono. Uma revisão de estudos desenvolvida pelo instituto Cochrane avaliou 13 trabalhos, envolvendo 839 pacientes.
Os estudos envolviam exercícios aeróbicos, caminhada, corrida, ciclismo, natação, hidroginástica, dança, entre outros. A revisão concluiu que a movimentação corporal proporcionada pelos exercícios diminui a rigidez muscular, melhora o condicionamento físico e o ânimo, além de reduzir a dor sentida, o pior dos sintomas físicos causados plea fibromialgia.
As substâncias liberadas pelo organismo ao receber estímulos físicos, como a endorfina, agem como analgésicos naturais. A consequência é a diminuição da dor e um sono de maior qualidade. Os exercícios também atuam sobre as fibras nervosas relacionadas à dor. Elas são realocadas para transmitirem outras informações, como equilíbrio, tato e temperatura ambiente. Em outras palavras, a atividade física distrai as fibras.
Os efeitos são sentidos a curto prazo. Em seis semanas é possível sentir a melhora. A seguir, você confere alguns benefícios da atividade física para quem sofre de fibromialgia.
Maior disposição
Há melhora no condicionamento e no ânimo, gerando maior disposição para situações do cotidiano.
Menor rigidez
Os exercícios deixam os músculos mais flexíveis, diminuindo a rigidez e as contraturas, principalmente pela manhã.
Redução da fadiga
Os exercícios aeróbicos trabalham a respiração e fortalecem o sistema cardiovascular. Isso deixa o organismo mais tolerante aos esforços.
Maior sensação de bem-estar
O exercício aumenta a oferta de neurotransmissores associados ao prazer. A consequência é a melhora do humor e da autoestima.
Melhora emocional
A atividade física melhora o físico e o emocional de quem sofre com a fibromialgia. Mas qual atividade física é mais indicada? O mais importante é realizar algum tipo de exercício que traga prazer. Mas, claro, existem alguns tipos mais indicados para quem sofre dessa síndrome. Apresentamos algumas dicas e os seus principais benefícios.
Exercícios aeróbicos
Atividades como pedalar, caminhar, trotar, etc. são uma boa pedida.
Fazer exercícios aeróbicos três vezes por semana ajuda na manutenção do peso e na liberação de analgésicos naturais no organismo.
Musculação
O treino de força duas vezes por semana, com orientação de um profissional qualificado, melhora a condição do paciente como um todo.
Pilates
O método trabalha a boa postura, a flexibilidade, o equilíbrio e a respiração.
Aquáticos
Os exercícios na água possuem pouco impacto. Natação ou hidroginástica ajudam no controle das dores.
Alongamento
Ainda não há comprovação científica do benefício do alongamento, mas há indícios de que ajudam a contornar a rigidez.
É ajuda, não solução
A atividade física não deve ser vista como a solução dos problemas para quem sofre de fibromialgia. Ela é apenas uma das armas de uma série de medidas que devem ser tomadas para diminuir o impacto dessa síndrome.
O tratamento também fazem parte do tratamento medicação, ajuda psicológica e fisioterápica, além de terapias complementares Há pistas de que acupuntura, meditação e massagem somam forças ao controle dos sintomas físicos e psicológicos.