Tão complicado quanto o nome lúpus eritematoso sistêmico (LES) são as consequências desse mal. Trata-se de uma doença inflamatória de origem autoimune. Ela atinge o sistema imunológico, com sintomas diferentes em cada parte do corpo. Entre as principais manifestações está a inflamação das articulações, o que causa a dúvida se quem tem lúpus podem fazer exercício físico.
A resposta direta é sim. A atividade física é um meio eficaz de arrefecer os sintomas do lúpus.
Mas existem alguns fatores que devem ser levados em conta. Estudos recomendam a realização de exercícios tanto para prevenir o lúpus quanto para a reabilitação da doença. As atividades físicas vão colaborar para a realização de tarefas do cotidiano, aumentando o bem-estar. Vai servir como atenuante das dores e diminuir a rigidez das articulações. Isso acontece devido à liberação da endorfina, um analgésico natural, durante e após o exercício.
Que tipo de pessoa tem lúpus?
O lúpus atinge pessoas de todas as idades, mas há maior incidência entre os 15 e os 45 anos. As mulheres estão nove vezes mais propensas de terem a doença.
Em crianças e adolescentes os sintomas são mais severos. A estimativa da Sociedade Brasileira de Reumatologia é de que, pelo menos, 65 mil brasileiros sofrem do LES.
O que causa o lúpus?
Ainda não há uma confirmação da origem da doença, mas há evidências de que fatores genéticos e epigenéticos (fatores ambientais) são os causadores. Os sintomas variam de pessoa para pessoa. Além das dores nas articulações, entre os mais comuns estão febre, perda de peso, fraqueza, manchas avermelhadas na pele, queda de cabelo, alterações pulmonares, convulsões, anemia e alterações de humor. Órgãos como rins e pele, além das articulações, são as áreas do corpo mais atingidas pelo LES.
Exercício físico e lúpus
Os exercícios físicos têm uma importância significativa para os pacientes acometidos pelo LES. Porém, devido aos problemas das articulações, é preciso ter cuidado. O acompanhamento de um profissional da área da educação física e de um médico são essenciais. É preciso realizar atividades que respeitem as limitações impostas pela doença. Tudo dependerá do quanto o corpo está dolorido, o quanto de cansaço é sentido e a amplitude articular de cada caso.
Em situações em que o lúpus está muito ativo, o mais recomendado é o repouso. Ainda não há evidências de que qual o melhor tipo de atividade física para quem tem LES. Mas é possível realizar tanto exercícios aeróbicos quanto de força, sempre de maneira condizente com as limitações.
Recomendações de exercícios
Os efeitos de exercícios físicos sobre a qualidade de vida em pessoas com LES estão ligados às mudanças positivas na capacidade funcional, no estado geral de saúde, força muscular, na vitalidade e nos aspectos social e mental.
Recomendam-se exercícios aeróbios com duração entre 15 a 20 minutos de duração por sessão. Esse volume, com uma frequência de três vezes por semana, pode elevar em cerca de 20% o condicionamento físico.
A musculação (treinamento de força) é considerada uma aliada na luta contra o LES. Esse tipo de exercício pode dar maior sustentação para o paciente realizar suas atividades diárias.
Pessoas com muita dor ou maior limitação articular devem realizar exercícios isométricos uma vez ao dia. Esse tipo de exercício é feito sem a movimentação das articulações. Porém, o tempo de realização de cada exercício não deve ser longo, pois, caso seja muito prolongado, o efeito será o contrário do pretendido. O ideal é sustentar o movimento por seis segundos em cada grupo muscular.
Para aqueles sem tantas limitações, é possível fazer musculação com movimentos dinâmicos, quando há a movimentação das articulações. O indicado é fazer os exercícios entre oito e 10 repetições para cada grupo muscular.