De tempos em tempos gostamos de apimentar a relação com vocês trazendo um assunto polêmico. O tema desta vez será o jejum intermitente, “dieta” que tem defensores famintos (ou não) e críticos ferozes. Médicos, nutricionistas, educadores físicos, entre outros profissionais, divergem sobre o tema mais do que brasileiros e argentinos em relação a Pelé e Maradona.
Antes de chegarmos ao prato principal, vamos começar com a entrada. Jejum é a privação de comida por um determinado período de tempo. Intermitente significa algo que para e recomeça. Por tanto, para quem não sabe, jejum intermitente trata-se de ficar um longo período sem comer.
Nos primórdios, o jejum era ligado apenas à religião, afinal não tinha Instagram para postar os resultados. Estima-se que ele é praticado há mais de 5 mil anos. A abstenção de comida era vista como uma maneira de expurgar os demônios. Algumas religiões, como a muçulmana, ainda adotam esta prática.
Portanto, a ideia de ficar longos períodos sem comer não é nova. Os objetivos é acabaram se modificando. Ao invés da purificação, a intenção é perder peso. O jejum intermitente se popularizou nos últimos anos depois que atrizes famosas (ou não) relataram utilizar essa metodologia para emagrecer e/ou manter a forma.. Então o pessoal ligou os pontos. Olhou para o corpo dessas celebridades (ou subcelebridades) e o que elas faziam para cuidar do corpo e resolveram trazer para rotina delas.
Como funciona o jejum intermitente
Agora vamos ao prato principal. A estratégia consiste em ficar sem comer por longos intervalos, como 12 horas, 16 horas, e, pasmem, chegando até 24 horas. Durante o período sem comer, só se pode beber água,chás ou café, sem açúcar ou adoçante. A metodologia varia entre realizar o jejum em determinados períodos do dia ou em dias intercalados.
Quando a janela de alimentação se abre, a pessoa pode comer o que quiser, embora, você já deve imaginar, o ideal é comer alimentos naturais e evitar os açúcares. Todas as calorias ingeridas durante um dia normal são concentradas neste período de tempo em que a janela de alimentação está aberta. Por isso, ele é visto como uma estratégia alimentar e não uma dieta.
A principal consequência dessa reprogramação na alimentação é o aumento da taxa metabólica em repouso, segundo os defensores. Em geral, há perda de peso e uma ingestão menor de calorias por dia.
Existem algumas outras vantagens apontadas por especialistas, como controle do peso e da fome, redução do nível de triglicerídeos e normalização do sistema digestivo. Porém, há profissionais que dizem que emagrecer por esse método não é sustentável.
A quantidade de horas sem comer pode assustar em um primeiro momento. Porém, como os períodos mais comuns de jejum vão de 12 a 16 horas, muitas vezes, na prática, o tempo de jejum nem é tão longo, afinal passamos cerca de oito horas por dia dormindo e essas horinhas entram na conta. Então, dependendo dos seus hábitos, você pode até estar fazendo o jejum intermitente sem perceber.
Alguns nutricionistas indicam fazer uma refeição com pouco carboidrato antes de iniciar o período de jejum. A medida tem como objetivo diminuir a sensação de fome enquanto se está sem comer.
Os contras do jejum intermitente
Mas, sempre tem um mas, o jejum intermitente não é para todo mundo. Cada organismo é singular. Alguns se adaptam a essa estratégia, outros não. O importante é ter um acompanhamento especializado para que a metodologia seja colocada em prática com segurança.
O jejum intermitente não é recomendável para quem pratica atividade física com regularidade. Na hora de fazer um esforço físico, o corpo necessita de uma energia extra para seguir funcionando. Existe chance de, ao treinar em jejum, ocorra uma hipoglicemia (queda da taxa de açúcar no sangue), que pode levar a pessoa a desmaiar.
Alguns nutricionistas preferem adotar uma tática diferente para que seus clientes percam peso. Uma boa parte desses profissionais indica a alimentação fracionada, que seria o oposto do jejum intermitente. Nela, a pessoa comeria em poucas quantidade, mas em intervalos mais curtos, como de três em três horas.
Existem algumas contraindicações também. O jejum intermitente não é recomendado para crianças, idosos, gestantes e mulheres que estão amamentando, quem sofre de diabetes tipo I ou é dependente de insulina.
Considerações finais
Por fim, vamos servir a sobremesa. Como vimos, o assunto é polêmico e causa muita discussão entre profissionais da área da saúde. Portanto, é normal as pessoas se sentirem confusas sobre o tema. Nossa intenção aqui não é dizer se funciona ou não. Ou se é bom ou não. Menos ainda se é o mais indicado para você.
Nossa intenção é trazer informações para que você pense sobre o tema e veja se essa metodologia se enquadra nas suas características.
Frisamos sempre que é sempre essencial consultar um profissional gabaritado para lhe ajudar a tomar a melhor decisão possível.
Você já pensou em fazer o jejum intermitente? Você já? Qual foi o resultado? Conte para gente a sua experiência!